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segunda-feira, 26 de março de 2012

VALUATION

VALUATION DA EMPRESA

Não é novidade que o processo de valuation de uma empresa é algo bastante complexo. Ele exige fortes conhecimentos de análise de balanços, economia e matemática financeira, seja por parte de um analista ou investidor. Na tentativa de simplificar algumas interpretações e facilitar a referência numérica e de efeito comparativo foram criados os indicadores.

Tais referenciais consistem em índices baseados em informações financeiras e contábeis que buscam dar uma visão mais rápida, porém nem sempre precisa, da atratividade das ações (se estão caras ou baratas). Para tentar entender um pouco melhor os indicadores é interessante uma breve revisão de como é feita uma avaliação deste tipo.

Uma empresa é avaliada em função dos lucros que gera para seus acionistas ao longo dos anos, descontados a uma taxa adequada e trazidos a valor presente. Logo, duas empresas com uma série de lucros idênticos teriam então o mesmo valor, independente do seu patrimônio ou capital, desde que seja utilizada a mesma taxa de desconto. Certo?

O índice P/L

Um dos indicadores fundamentalistas mais utilizados vem da relação preço/lucro, ou simplesmente P/L, que consiste na divisão do valor de mercado da empresa pelo seu lucro atual. A divisão nos dá uma idéia de quantos anos seriam necessários para que os lucros remunerassem o capital investido na empresa.

Por exemplo, um P/L igual a 12 significa que em 12 anos os lucros da empresa pagariam seu valor de mercado. No entanto, esta informação de forma isolada tem pouca valia. Os indicadores são muito utilizados para permitir comparações entre empresas, buscando “falhas” momentâneas do mercado na precificação das ações de certas empresas em relação a outras similares ou do mesmo setor.

Freqüentemente ouvimos em reportagens – ou lemos em alguns relatórios – afirmações do tipo: “As ações da Petrobrás estão descontadas em relação às demais petrolíferas no mercado internacional”. Este desconto em geral baseia-se no fato de que o P/L da Petrobrás é inferior ao P/L de suas concorrentes, quando pela lógica deveria ser igual ou muito próximo (afinal são empresas do mesmo setor, igualmente beneficiadas pela alta do petróleo).

No entanto, há fatores de riscos, como por exemplo o fato de a Petrobrás ser uma empresa estatal e com baixo nível de governança, que levam o mercado a embutir um prêmio de risco nas cotações das ações, fazendo com que esse desconto apareça.

Além do P/L, temos outros indicadores bastante utilizados, como:

EV/Ebtida
Valor da firma (valor pago pelos acionistas mais a dívida líquida da empresa) / Ebtida (lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações), que procura medir em quantos anos a geração operacional de caixa da empresa pagaria seu próprio valor.

P/VPA
Valor de mercado da empresa / Valor Patrimonial Ajustado, que nos indica se a companhia está sendo negociada abaixo do seu valor patrimonial. Em tese, quanto mais baixo este índice, mais barata é a empresa.

Apesar das particularidades destes indicadores, sua aplicação é praticamente a mesma: permitir a comparação entre empresas, em geral de mesmo setor, procurando encontrar aquelas que se encontram descontadas ou com as cotações “atrasadas” em relação às demais.
Contudo, é muito importante uma avaliação caso a caso com o objetivo de verificar se há algum motivo especial para o mercado estar “pagando” menos por aquela ação naquele momento. A análise fundamentalista encontra indícios numéricos, mas a investigação não deve se limitar a eles.

Bons negócios!

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